sexta-feira, 24 de junho de 2011

Lembranças

Lembra-se quando nos conhecemos?
Você e todas as suas cores
Seu rosto, suas bobagens sempre me faziam rir
Sempre foi uma  delícia estar com você
Te acompanhar nas suas caminhadas
Agora minhas também

Lembrar de nossas conversas é voltar aos nossos dias
É voltar a reverenciar o brilho do sol
É estar no seu abraço apertado novamente
Estar em sincronia com a lua, cheia de paz
Ainda é chorar, de felicidade por ter feito parte
Mesmo que por uma curta primavera de sua vida

É como cantar na chuva igual àquele filme
Em preto e branco
É amar a vida novamente
É sentir a brisa tênue da felicidade
Bater em meu rosto e arrastar longe
Os filetes de saudades

É como se você ainda estivesse aqui
Brigando o tempo todo por tudo
E fazendo as pazes a cada  30 minutos
Simplesmente nos desculpando por nada
E fazendo as noites as mais gostosas do mundo

A única coisa que não entendo
É porque deixou o mundo
Tão jovem e cheio de vida
Em seu lugar, esse imenso vazio
Essas lembranças incomensuráveis.



(Carvalho, Luciano) 24/06/2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eu, você e as dúvidas no Jardim dos Girassóis










Ainda me pego pensando em você
Nas coisas que poderíamos ter feito juntos
Dos lugares que conheceria-mos
Das brigas que teriam se concretizado
De todas as noites que poderíamos ter amado
Os momentos diferentes, as fases opostas, as intersecções de problemas

Eu  saindo e você não sabia se queria entrar
Nem mesmo lhe proporcionei o benefício da dúvida
E a porta permaneceu fechada entre nós
Uma estrutura delicada de olhares interrogativos e inseguros
Muito mais erros que acertos, mesmo assim vivendo meus erros
Você foi meu maior acerto, certeiro e profundo
A distância ajudou a pensar menos em tudo que você teria significado pra mim
Senti isso quando escolhi ficar do lado de fora
Contudo ainda gosto de pensar em você
Com a ternura e paz que talvez nunca saiba se merece

E aqui estou  tentando disfarçar o que é óbvio
Às vezes nem toda estabilidade do mundo pode nos equilibrar
Muitas vezes nem todos os olhares e certezas do mundo podem mensurar
A interrogação constante que deveras me entristece e alegra

Em alguns momentos flagro meus pensamentos sendo absolutos
É como estar no momento certo, exatamente onde quero
Mas ao envolver outra mão em meus dedos
Sinto que não é o coração certo
Logo percebo que temos sempre metade do que supomos possuir
E vivemos muito menos do que pretendemos viver
Essa é a constante sensação de  estar incompleto

E assim você surge novamente sob lembranças
Talvez por  não ter experimentado a plenitude do fogo dos seus olhos
Por ter abdicado conhecer suas qualidades, defeitos, abraço e cansaço

Mas construo em meus pensamentos o que eu queria que fosse
A mais pura ilusão-reflexo do meu espelho
E ainda assim é muito confortante pensar em você
Gostoso sentir um grande carinho por alguém, uma saudade boa

Talvez nem se lembre de meus traços
E sob as linhas do tempo, cravadas em meu rosto
Ainda  imagino
O quanto você pode gostar, se perder
Se você pode odiar, se entregar
Se é capaz de ter intensidades,
Se é capaz de amar

E assim tudo que tenho são minhas prosas
Uma poesia trovadoresca da qual escolhi para estar com você
Escrever das consequências que resolvi não assumir
Da perfeição que ousei criar
Desse bom sentimento que tão bem estou a zelar
Das pétalas amarelas de saudade que desprende de uma flor
Do meu jardim dos girassóis onde você está
Onde estou de encontro com o sol durante o dia
E vivo a lua dos eternos apaixonados nas noites

Pois de todas as coisas ruins que passam na vida
Pensar em você e ter todas essas perguntas
Faz-me sentir uma ponta de felicidade,
Permanecer andando, em conexão com o universo

Acredito que aparecerá uma realidade bem próxima
Que me faça sentir pelo menos metade
Do amor que hoje mora em meu peito
Que responda todas as questões incógnitas
E ter o melhor de tudo isso
Apenas o real, Palpável, Vivo
Um pouco da felicidade em sua plena natureza.

[Carvalho, Luciano] 05/06/11 à tarde.