quarta-feira, 28 de julho de 2010

A RENÚNCIA

Deixei você ir, sem nem mesmo te dizer adeus

As coisas acabaram ficando confusas de mais pra mim

Tudo ao nosso redor estava desmoronando

Mas pra que astear uma bandeira que fosse causar uma nova guerra?



As batalhas que tive que enfrentar foram internas

Te ver e não poder te dar um abraço mais apertado, foi dificil

Todos os meus sentidos giravam e eu ficava desconfortavel



Muitas vezes me censurei, escondia as palavras que vinham a boca

Mas em outros momentos quando percebia, ja tinha falado até demais

Você confunde meus instintos, por isso me afastei

As vezes temos que manter o bom senso para não causar desavenças

Para não destruir uma amizade



As amizades verdadeiras são difíceis

Os colegas são muitos, mas amigos são raros

Decidi sair, jogar a toalha antes que o time entrasse em campo

Não escolhemos por quem nos apaixonamos

E aprendi isso da forma mais enrolada possivel



É complicado, fujo a todo momento de meus pensamentos

Procuro fazer algo, saio com amigos, escrevo sobre politica

Vejo videos, filmes e viajo sentado em meu computador

Ando pelas estradas, por entre as montanhas, na praia deserta

E meu desejo era que você deixasse meus pensamentos

Mas nada disso adianta, você sempre esta comigo,

É sempre um suspiro mais profundo



Na ultima vez que nos vimos não foi numa situação muito agradavel

Você ja sabia qual era o futuro da minha relação

Já sabia que não ia durar, que as coisas ficariam dificeis dali pra frente

Mas você não foi a causa-consequencia do desenrolar dos fatos,

Era apenas uma questão de tempo, o termino era inevitável



Mas o melhor de tudo ocorreu dentro de mim

Sem você saber, à luz dos meus pensamentos, descobri que posso me apaixonar

Foi dificil me convencer disso ... mas é uma sensação incrivel!

Mas não pense que isso me deixava mal, não, muito pelo contrario

Era muito bom saber que podemos gostar de verdade de alguém

Acho até que se isso viesse a se concretizar seria possivel até mesmo o amor

Sei lá, é só uma suposição, mas algo que gostaria de viver



Naquele dia, você dormia o sono dos anjos

Observei cada expressão que você esboçava

Me dava uma vontade louca de te acordar com um beijo

Controlei-me, e acredite, foi ali que senti que deveria dar tempo ao tempo

Eu precisava respirar, e sua presença provocava frenezi em meus sentidos



Quando fui embora naquela manhã de domingo foi dificil

Ja tinha decidido pela distância

Te olhei naquele sofá, em sono profundo, não quis te acordar

Aproximei-me, encostei minhas duas mãos em sua face

Cheguei mais perto de seu rosto e beijei sua testa, num ritual de despedida



Desci as escadas e desde então venho tentando tirar você da minha vida

Mas sempre que me recordo de você ali,  naquele sofá

E isso já alegra o meu dia, me coloca um sorriso surreal

E volto a viver minha vida, sozinho, como sempre.



[Carvalho, Luciano] 29/07/2010



O MODELO DA HIPOCRISIA


Não culpo o mundo por ele ser moderno, não julgo os que acreditam na utopia da socialização e na planização das classes sociais, pois são necessárias as lutas de classe, afinal não vivemos no capitalismo?


O que eu não acredito é na dualidade hipocrita de utilizar essas duas ideologias (capitalismo e socialismo ou capitalismo e comunismo) para o favorecimento suspeito do "coletivo", para a vitoria individual em pro de um sistema especifico (Capitalismo).

De fato essa dualidade de ideologias não é, e nunca foi real o suficiente para tornar-se agente do bem social, ou tão auto-suficiente que possibilite a evolução do capitalismo para o socialismo e consequentemente o comunismo.


A evolução desses sistemas estão absolutamente engendrados na evolução do ser humano quanto ser letrado. O homem moderno ainda não está preparado para o socialismo ou até mesmo o comunismo. As pessoas precisam saber ler, escrever e entender. O hunano ainda não sabe o que é ser um "ser" individual-coletivo inteligente.


O individualismo de suas experiências tecnico-intelectuais apenas visam a sua solidade manipulada, porque ele não foi instruido para pensar,foi preparado para produzir.


As massas proletárias estão preocupadas em produzir, conseguir um emprego. O patrão está preocupado em ver resultados, enxugar custos e produzir riquezas que ele nem sabe como gastar. Daí o apego as futilidades e aos superfulos de produtos que acabam por se refletir nessas pessoas, e tornam-se vitrines do vazio, o deslocamento do nada em direção a lugar nenhum. Se tornam ricas em recursos materiais e miseráveis intelectuais, incapazes de refletir sobre o coletivo. Ou por outro lado, pode enteressar-se pela eduação e promover o "florecer das mentes" como mestre em educação.


O operário está preocupado em levar o pão para seus dez filhos e sua esposa jovem e ignorante. Produzem peças e filhos, futura mão-de-obra barata. Tudo se encaixa no sistema econômico arcaico do capitalismo, alguém perde para alguém ganhar.

Alguém procria para gerar "mão de obra" e o outro gera o filho "único" para os conduzir. Devemos comemorar o bolsa-miséria?


E nas economias socialistas e comunistas do mundo, há traços diferentes de evolução ? Não! Exemplos de sociedades prósperas pela dualidade desses sistemas ? Não! Existe alguma economia que não tente manipular a massa para conseguir beneficio monetário para alguns poucos chefes-letrados ? Não! Existe a possibilidade da evolução individual- coletiva ? Ainda não!


Portanto, não faz sentido a utilização de dois sistemas econômicos para beneficiar um pais, quando não se pensa em segregar de alguma forma. Assim foi nas antigas civilizações, onde os escravos produziam os itens básicos de subexistência e as outras classes sociais produziam os bens intelectuais. Diferenças que hoje são postas num tabuleiro de xadrez onde não se mudam as peças, mas muda - se o sentido das palavras e a forma de jogar. Perceber isso, é como ler o manual pratico da manipulação. E para entendê-lo, deve-se interpretar.


O teatro das marionetes agora está refletido no domínio da comunicação. Na limitação do acesso a informação, no domínio da palavra. Em economias onde há dualidade de sistemas é uma realidade, existe controle perante a informação,  divisão entre os do campo e os da cidade. A massa não tem possibilidades intelectuais de revindicar qualquer coisa, qualquer direito, pois não sabem o que são direitos e muito menos se questionam se relamente ele existe.

É a escassez do conhecimento, é o esplendor da ignorância, são os dedos que movimentam as marionetes.


São multidões de pessoas que empilham a cegueira em muros planejados por centralidades modernas, anômalas e destrutivas.

Percebe-se a valoração da moeda e a desvalorização dos bens intelectuais em pró do individual em detrimento às coletividades.


A mimitização de modelos imperiais é o grande conchavo das sociedades mais liberais. Nessas sociedades há o acesso a informação de todas as formas possiveis, contudo o desinteresse pelo "bem coletivo" é gritante. São sociedades onde as pessoas ainda não sabem ser individuais e coletivas. Onde as pessoas brigam por um posto de ostentação do estatus social.

Seres que não sabem o que são, quem são e porque estão.


Os sistemas foram escritos com base em "conciências abertas para o novo", com a inteligencia de um bom leitor, com a coragem de um escritor e com a dialética de ambos. Foram escritos para serem desenvolvidos individualmente como fases de uma vida que vai desde o aprendizado do CAPITALISMO, a consciência do SOCIALISMO ao sabedoria do COMUNISMO.


Não é possivel construir um castelo de cima para baixo ou começar do meio, é necessário viver as fases, aprimora-las e permiti-las. Mas o grande desafio aqui ainda é individual, ainda é intelectual, ainda é cultural.  Ainda é ... construir o castelo apartir de suas bases.




[carvalho, Luciano Gonçalves] 28/07/2010 18:15.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Estar só, não é estar solo"

"Freedom yourself"

Estar só, não significa estar sozinho, solo. É estar bem consigo mesmo. É saber dividir seu individual e patilhar o do outro no intuito de se fazer e receber coisas boas dentro da relação.

Quando se entende que não precisa estar preso a alguém para ser feliz, compreende-se que a vida é feita de momento, fases, capítulos escritos onde compartilhamos a pedaços da vida com alguém e somos contemplados com momentos da vida do outro.

Alguns mais intensos, outros mais tranquilos, outrora tão bons que merecem boas reprises, como numa metafisica de bos momentos

Quando se compreende que a outra pessoa também é um ser individual e que você pode ser um bom momento para a mesma, você aprende também a viver intensamente a historia da sua vida, e acaba por perceber que instantes ruins fazem parte do pacote e que eles também tem seu papel. Algo denominado aprendizado.

Quando você entende que é possivel ser feliz sozinho sem se tornar um grande egoísta, quer dizer que consegue ver o brilho de cada ser humano que passou, passa e passará pela sua vida.

Aprenderá que as boas lembranças de um  relacionamento está principalmente na amizade e no comprometimento com a verdade no tempo  que conviveu com aquela pessoa.

Vai entender que, sentir saudade não é uma tortura épica, é a simplicidade de um sorriso e a verdade de um abraço.

Entenderá que é possivel ter a felicidade por uma noite, onde suas pretenções e de mais alguém eram muito parecidas ou simplesmente interessantes

Por mais que a intensidade tenha sido demasiada incrivel e as possibilidades do novo encontro improvavel, acredite, o universo conspira a seu favor se as energias forem boas e você acreditar que pode acontecer.

Sentir saudades também pode ser uma delicia, você lembra da possivel reprise? Vai depender de como você formulá seus passos dali à diante. Ou mais, simplesmente um encontro ao acaso, oportunidade de relembrar ou não momentos prazerosos. Tudo tem dois lados, e temos que conviver com isso todos os dias.

E quanto a forma que isso pode ocorrer, não importa ! Com ou sem sexo é possivel encontrar formas de relacionarem-se de forma agradável, depende de ambos.

No entanto, o mais intrigante, é que com toda nossa pós-modernidade, os relacionamentos ainda ofereçam como base a falta de espaço que se proporciona nas relações, o ciúme romantico-doentil, as liberdades disfarçadas e o viver a vida que não lhe pertence e nem pertencerá.

Costumes tão arcaicos e engendrados na cultura, que as formas de relacionar-se que por mais diferentes e modernos que se tornem, ainda vivemos como os nossos pais.

Contudo o que não se percebe é que tudo pode ser para sempre, o amor, a amizade, a paixão, não entendemos que esses sentimentos podem convergir, transformar-se sem sufocar o outro, sem aprisionar, sem anular as qualidades individuais das pessoas que amamos.

Por tudo isso e mais um milhão de coisas que eu poderia sitar aqui, precisamos aprender a estar só e a não estar sozinho. Existe a necessidade gritante de conhecer-se melhor, de tomar decisões próprias com a liberdade com seu verdadeiro sentido não só na palavra, mas também nas suas ações. A independência deve habitar os campos da liberdade e florecer na mente das pessoas.

Deve-se aprender a estar livre para simplesmente viver. Sentir a felicidade livre de dogmas despóticos de uma sociedade desde sempre hipócrita.

( Carvalho, Luciano - 25 - 26/07/2010 )

sábado, 24 de julho de 2010

PÉS CANSADOS ...


Resolveu andar, andou, andou ...

.
.
.
Um pé após o outro, formaram passos, pegadas na areia

Cicatrizes na areia que se vão, quando o mar as reclama

Pegadas de uma vida que anda agora sola



A areia, uma praia, a solidão, a ausência, o cansaço

Passos ... andou, andou ... com pés cansados, caminhou

Havia uma pedra no caminho, sentou-se, pensou, pensou ...

Descobriu ali, o marco, a divisória e a escolha de seguir ...

A pedra entre o início e o fim da praia

O limite divisório, a linha entre nós


A brisa do mar  bateu no seu rosto,

Em sua face, a desilusão

No seu peito, bate a ausência da essência de sua vida

Um filete de saudade desce entre suas expressões cansadas

Precipita do rosto e repousa sobre a areia,

Que a guarda aquela lágrima para presentear o mar

Com uma gota de saudade, do amor que não cessou, da paixão ainda súplica

Mais uma gota para um mar de lágrimas, de antigas alegrias e presentes nostalgias



A decisão, a confusão, o desatino

O fim da razão, o fim da renuncia

O inicio da viagem, o fim da jornada

A concessão das terras inóspitas e áridas do coração

O mar que  recebe ...



Andou, produziu pegadas e guardou suas marcas

Andou por sobre as velhas cicatrizes, marcas conhecidas

As ondas bateram devagar agora

Absolveu suas faltas, seus erros

Aceitou sua renúncia

E o recebeu.



[Carvalho, Luciano] - 24/07/2010 - 12:21