sábado, 24 de julho de 2010

PÉS CANSADOS ...


Resolveu andar, andou, andou ...

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Um pé após o outro, formaram passos, pegadas na areia

Cicatrizes na areia que se vão, quando o mar as reclama

Pegadas de uma vida que anda agora sola



A areia, uma praia, a solidão, a ausência, o cansaço

Passos ... andou, andou ... com pés cansados, caminhou

Havia uma pedra no caminho, sentou-se, pensou, pensou ...

Descobriu ali, o marco, a divisória e a escolha de seguir ...

A pedra entre o início e o fim da praia

O limite divisório, a linha entre nós


A brisa do mar  bateu no seu rosto,

Em sua face, a desilusão

No seu peito, bate a ausência da essência de sua vida

Um filete de saudade desce entre suas expressões cansadas

Precipita do rosto e repousa sobre a areia,

Que a guarda aquela lágrima para presentear o mar

Com uma gota de saudade, do amor que não cessou, da paixão ainda súplica

Mais uma gota para um mar de lágrimas, de antigas alegrias e presentes nostalgias



A decisão, a confusão, o desatino

O fim da razão, o fim da renuncia

O inicio da viagem, o fim da jornada

A concessão das terras inóspitas e áridas do coração

O mar que  recebe ...



Andou, produziu pegadas e guardou suas marcas

Andou por sobre as velhas cicatrizes, marcas conhecidas

As ondas bateram devagar agora

Absolveu suas faltas, seus erros

Aceitou sua renúncia

E o recebeu.



[Carvalho, Luciano] - 24/07/2010 - 12:21

Um comentário:

K. Lorca disse...

Muito bom rapaz!!! Que evolução. Parabéns.